Assim como minha mãe, sempre sonhei em me casar na Igreja Boa Morte, uma das mais antigas de Limeira, construída por escravos, toda em barro seguindo o estilo barroco da época. Porém, assim como minha mãe, quando decidi me casar a igreja estava interditada para restauração. Há uns 38 anos tentam recuperar a linda igrejinha.
Então decidi me casar na Igreja São Cristóvão, que freqüentava semanalmente e onde meu noivo havia sido batizado, feito primeira comunhão e crismado, ou seja, onde ele tinha uma história.
Já havia percebido que nunca ocorriam casamentos naquela igreja e descobri o porquê no dia em que fomos falar com o padre para marcar a data. Primeiro o padre disse que era muito cedo (faltava menos de um ano para a data que queríamos), mas que mesmo assim iria deixar agendado, depois perguntou se eu sabia que não poderia enfeitar a igreja com flores (eu já sabia, mas havia aceitado o fato com muita tristeza), então perguntei se haveria alguma restrição quanto aos músicos, pois meses antes já havia contratado o Coral Santa Cecília para cantar na cerimônia e era a única coisa da qual fazia muita questão.
Foi aí que meu mundo caiu, o padre disse que “era muita coisa para um casamentinho” e que tinha uma senhora da comunidade que tocava teclado muito bem e que cobrava baratinho. Meus olhos se encheram de lágrimas e meu coração disparou, mas consegui disfarçar e saí da sala do padre o mais rápido que pude. Entrei no carro e disse aos prantos para meu noivo que ali eu não me casaria.
Nunca imaginei ouvir da boca de um servo de Deus, que minha união com o homem da minha vida seria um simples “casamentinho”. Afinal a Igreja Católica prega tanto a importância do sacramento do matrimônio, que fiquei indignada quando o padre que eu admirava desvalorizou tanto meu casamento.
Naquela mesma manhã, fomos até a Igreja Matriz de São Paulo Apóstolo, paróquia da qual eu pertencia e perguntamos o que era necessário para realizar nosso casamento ali. A secretária perguntou qual a data que queríamos e quando dissemos 11/12/2009 ela ficou espantada, olhava de meu noivo para mim e de mim para a agendinha que segurava nas mãos. A simpática mocinha disse que era a última data disponível para dezembro daquele ano e que tivemos muita sorte.
Acredito que tenha sido uma benção de Deus, pois conseguimos marcar nosso casamento para a data que queríamos, numa igreja linda com uma arquitetura bem moderna (tem a representação de um sol estilizado que começa no altar e se estende pelo teto da igreja), e sem restrições malucas por parte do padre. E o mais interessante é que depois, acabamos comprando nossa casinha na mesma rua da igreja, e agora fazemos parte da mesma comunidade na qual assumimos nossos votos de matrimônio.
Enfim, depois de tudo isso, nunca mais apareci na outra igreja e tenho certeza de que meu “casamentinho” foi infinitamente mais bonito sendo realizado pelo Padre Alex e sobre a benção de São Paulo Apóstolo.
Noiva contentíssima ouvindo seu tão sonhado coral. |
E com o fantástico Coral Santa Cecília emocionando meus convidados ao cantar Ave Maria nos seus Andores.
2 comentários:
Eu A-DO-REI a igreja é linda de viver !
Olá! Parabéns pelo seu casamento, ficou lindo!
Ah, tem um selinho pra você lá no meu blog!!
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