segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O Desafio de Reformar

Dizem que reformar e pior do que construir, pois não é possível prever o que iremos encontrar pela frente. Estou começando a acreditar nisso.

Como comentei no post anterior, começamos a reforma de nossa casinha e nunca pensei que iria dar tanto trabalho. Na verdade sabia que seria difícil, mas não imaginava que seria tão difícil.

Nosso primeiro grande trauma foi sair da casa, tudo bem que estávamos indo para a casa da minha mãe (ir para a casa da nossa própria mamãe é sempre melhor, por mais que você goste de sua sogra... hehehe), mas empacotar tudo e sair de casa foi muito doloroso.

Demorei uma semana para empacotar três anos de casamento em mais ou menos 35 caixas de diversos tamanhos. Perceber que toda a sua vida pode caber em um quartinho de 3 x 3 é meio chocante. Depois passamos mais uma semana embalando os móveis maiores que ficaram na obra e retirando tomadas, estas pequenas coisas dão um trabalho gigantesco.

Mas o pior é ver sua casa tão querida vazia e você se espremendo na casa de parentes, por mais que sejamos muito queridos pelos nossos pais, é impossível não perder a privacidade em uma situação destas, e mais difícil ainda se readequar a rotina de outra casa, mas com o tempo tudo vai se ajeitando, até você finalmente enlouquecer... hehehe.

Quando o pedreiro realmente começou parecia que tinham detonado explosivos na casa, em dois dias ele quebrou tudo o que tínhamos combinado, e aí começaram os problemas de se reformar. A estrutura da parede não iria aguentar janelas e portas em vidro temperado do tamanho que queríamos, então... “bora” alterar o projeto e cotar tudo novamente. Por sorte encontrei fornecedores bons e bem esclarecidos que conseguiram adequar nosso projeto com a situação estrutural da casa.

Vale salientar que não contratei engenheiro civil, arquiteto ou empreiteiro, o projeto foi elaborado por meu marido (que é engenheiro mecatrônico) e eu (que como tecnóloga ambiental tenho noção de projetos estruturais de construção civil), mas acredito que este tipo de problema iria aparecer em minha obra mesmo que tivesse contratado um destes profissionais, pois como é uma reforma, não tem como ter certeza de como tudo foi construído e é na hora em que se começa a mexer que a situação se revela.

Depois vieram os problemas com os materiais, por pura falta de pesquisa, acabamos comprando um batente muito ruim, então tivemos que correr e trocar tudo por Batente Angelin, de melhor qualidade. Então fica a dica, sempre que puder pergunte sobre que tipo de material é melhor comprar, lógico que tem pessoas que vão dar palpites horríveis, mas é só ter bom senso em selecionar as informações, que isso pode ajudar muito.

Na fase de acabamento faltaram duas míseras caixas de revestimento para o banheiro, até agora não entendemos como erramos no cálculo, mas como não adianta chorar, corremos mais uma vez para comprar o que faltava. Desta vez tivemos que nos preparar psicologicamente para o caos, pois seria impossível encontrar o revestimento na mesma tonalidade do que já estava instalado na casa, uma vez que seria de um lote diferente e de uma queima diferente. Por sorte, conseguimos colocar este material em uma parede onde a diferença do tom não ficaria muito evidente, na verdade deu até um charme.

A obra está basicamente finalizada, além da pintura, ficou faltando entregar e instalar as pias e os vidros temperados, portanto apesar do pedreiro ter entregado a obra, ainda não podemos voltar para a casa... isso é muito frustrante (tão perto... tão longe).

Mas todos os acontecimentos, cada surpresa, cada transtorno, cada discussão, tudo isso vale muito a pena, quando você vê sua casa tomando forma novamente, ficando cada vez mais com a sua cara.

Quando você percebe que aquele detalhe pesquisado na internet, que ficou namorando por meses está sendo instalado na sua casa, este momento vale toda a angustia que você passou, vale cada centavo de seu surrado orçamento.

Este momento é a realização de um sonho e isso não tem preço.


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