segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O Vestido dos Sonhos

Minha mãe, Dona Zezé (vocês ainda vão ouvir muitas histórias sobre ela), é costureira, sendo assim cresci cercada por linhas, agulhas e revistas de moldes. Um dia me deparei com uma edição especial sobre vestidos de festa da revista Manequim. Quando cheguei na reportagem onde haviam sugestões de vestidos de noiva, encontrei um modelo lindo, um vestido clássico, bem ao estilo Scarlet O’Hara de “E o vento levou...”. E foi assim, que com 15 anos de idade, escolhi o meu vestido de noiva.

Modelo da revista Manequim.

Encontrar um ateliê que fizesse um modelo tão diferente do que está atualmente na moda não foi tarefa fácil, mas o pior foi ter o seguinte diálogo com uma famosa estilista de Limeira:
Noiva: Quero fazer este vestido para o meu casamento.
Costureira: Hum !?! (desinteressada)
Noiva: Mas não quero saiote muito armado, então a saia tem que ser godê guarda-chuva para ficar bem rodada.
Costureira: Godê o quê?
Dei meia volta e fui embora, e ainda tem gente que se acha costureira.

Depois de muita procura e pesquisa de preço, encontrei na Jacira Noivas uma costureira que sabia do que eu estava falando, tinha um preço ótimo e aceitava a tarefa de costurar o vestido dos meus sonhos.

O modelo que havia escolhido era ideal para casamentos diurnos, então resolvemos bordar o corpete, para torná-lo mais brilhante para usar à noite. Neste ponto deixei tudo a cargo da bordadeira, deixando que ela escolhesse o tipo do bordado e as cores das pedras, foi a melhor idéia que tive com relação ao vestido, pois o bordado ficou maravilhoso (e por mais incrível que pareça ficou bem parecido com os enfeites que escolhi para usar no cabelo).

Corpete sendo bordado.

Em cada prova da roupa, eu via meu vestido de princesa se tornando real.

Prova do vestido, reparem no reflexo de minha mãe no espelho.

Quando o peguei na véspera de meu casamento tive certeza que havia escolhido o vestido ideal.

Meu Vestido Ideal.

A maior prova de que eu estava correta em bater o pé que queria este modelo, foi ouvir de minha querida madrinha Delma (uma pessoa adoravelmente sincera), que ela achava que meu vestido não iria ficar muito bonito, pois era um modelo muito antiquado, mas que quando me viu entrando na igreja com meu pai, ficou sem fôlego ao ver como havia ficado lindo.

Meu pai e eu entrando triunfalmente na igreja.

Um conselho para as noivinhas, mesmo que todos se oponham, se você tem um sonho e tem meios para realizá-lo, bata o pé e vá em frente... você não vai se arrepender.

E para quem não sabe: isso é uma saia godê guarda-chuva.